Se a temperatura subiu, o café ficou gelado! As novas formas de consumo da bebida sinalizam tendências que podem impactar o cafeicultor ao longo dos próximos meses. A chegada do verão no Brasil destaca novidades que, a cada dia, ganham mais espaço nas cafeterias e até mesmo nas casas dos brasileiros: o café gelado.
Também conhecido como cold brew, essa tendência no Brasil é apenas o começo de uma série de bebidas refrescantes que devem consolidar reinvenções criativas e saborosas no universo do café. Além do cold brew (café gelado), os drinks com infusões tropicais também estão na lista de novidades que podem transformar os métodos de consumo no Brasil.
Quais são os novos hábitos de consumo de café?
De maneira geral, o mercado de café no Brasil está valorizando a qualidade. Apreciar o sabor da bebida virou estilo de vida, e isso fez com que o café deixasse de ser somente o energético para muitos consumidores. Como percurso natural, o Brasil tem migrado do café tradicional para o café gourmet e, consequentemente, para os cafés de maior pontuação: os cafés especiais.
O Iced Coffee tem se tornado cada vez mais comum nas cafeterias brasileiras
Segundo Rubens Vuolo Neto, proprietário de uma cafeteria no Mato Grosso, a chegada da bebida gelada de café encontrou resistência no início, mas, com o tempo, foi naturalmente aceita e muito apreciada. “As pessoas começaram a entender que o café é um ingrediente também. Então, eu posso prepara-lo de várias formas e aprecia-lo de várias maneiras”, ressalta.
Cold Brew ou Iced Coffee?
O cold brew e o iced coffee são duas formas de consumir café gelado. O cold brew é uma infusão lenta feita com apenas água gelada, enquanto o iced coffee é preparado de forma quente e, em seguida, diluído em gelo, ficando gelado de maneira imediata.
“Esses ainda são muito nichados. É um público que aprecia mais o café, que já está mais habituado e costuma pedir. No entanto, os drinks gelados com sorvete ou com limão, ou ainda com água com gás, possuem uma aceitação muito grande e são bem procurados. São bebidas que saem em grande volume o tempo todo”, destaca.
Para Rubens, existe um público específico que busca essas bebidas, pessoas que desejam uma experiência diferente do café tradicional. Embora ainda seja algo relativamente novo no Brasil, essa tendência abre portas para novas possibilidades de negócios no mercado de café. “Estamos falando de oportunidades que nos mostram como potencializar ainda mais o café e abrir novos mercados”, enfatiza.
O que explica a tendência do café gelado?
Sem dúvida, o calor excessivo dos últimos anos colaborou para o surgimento de novas tendências nesse sentido. Embora países como os Estados Unidos já apresentem um grande consumo de café gelado, isso não é uma regra em todos os lugares.
Enquanto o cold brew, nos EUA, segundo a Specialty Coffee, deve ultrapassar o consumo de café quente até 2030, no Brasil, esse formato de consumo é uma novidade que tem se mostrado significativa e interessante, especialmente no contexto dos cafés especiais.
O diretor técnico da Specialty Coffee Association, Mário Fernandez, explica que esse cenário também reflete uma mudança observada em outros mercados, onde bebidas como o chá estão perdendo espaço. “Nos novos mercados especializados em rápido crescimento na Ásia, o café frio é uma categoria de produto bem estabelecida há muitos anos. É evidente que o café consumido frio é um segmento permanente e crescente dos cafés especiais”, afirma Mário.
Os cafés especiais e as transformações do mercado
Obviamente, os cafés especiais têm um papel de grande importância nesse cenário, reforçando bebidas de qualidade com infusões especiais. Hoje, o café especial representa o segmento de maior valor no mercado, além de ter crescido consideravelmente em termos de rendimento.
“O café de especialidades faz parte de um estilo de vida de boa comida e prazer, e este sentimento tem impulsionado novas tendências. Muitos jovens, por exemplo, que nunca experimentaram o café tradicional, se arriscam em experiências com o café especial”, enfatiza Mário.
Para o Diretor Técnico da SCA, essa tendência deve continuar a guiar o rumo do café especial nos próximos anos, já que o café de especialidade é, acima de tudo, apreciado pelo sabor e por outros atributos que o tornam atraente para o mercado de bebidas.
“Os rendimentos globais continuam a crescer, o que é um sinal promissor também para o café especial. Todos os indicadores apontam para a continuação do crescimento saudável desse café”, pontua.
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Existe um futuro promissor para essa tendência?
O crescimento do consumo de café especial tem reforçado a busca por novas tendências. Para Rubens Vuolo, investir em novas técnicas significa levar ao mercado inovações que fujam do senso comum, proporcionando novas experiências a partir do café. “Pensar em bebidas autorais e elaboradas para proporcionar experiências diferentes, porque é o que o público realmente está procurando”, afirma.
Mário Fernandez concorda e acredita que o Brasil tende a ganhar muito com as novas formas de consumo, já que a percepção mundial sobre o café brasileiro é cada vez mais positiva. Afinal, crescer na produção de cafés especiais tem fomentado novos perfis sensoriais e incentivado os mais recentes hábitos no Brasil.
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